




Enquanto estava na Av. F. Matarazzo esperando as torcidas do Flamengo passarem, um policial na minha frente gritou no rádio "tem um milhão de palmeirenses de um lado e um milhão de flamenguistas do outro, o bicho vai pegar!". O exagero no número de torcedores não era acaso, refletia a tensão e a ansiedade. Ele talvez não conhecesse o longo histórico de rivalidade desse jogo, mas qualquer pessoa minimamente atenciosa poderia perceber que o clima não era de uma partida normal.




Ingressos esgotados e movimentação intensa nos arredores do estádio. Num momento todos caminhavam concentrados e em silêncio e de repente gritos, bombas e rojões. Grupos de torcedores seguiam pelos arredores do Palestra, dando voltas, parando e escolhendo outros caminhos. Muita polícia por todos os lados.













Mais de uma hora após o apito final, os flamengusitas continuam ali, a Jovem Fla em frente ao portão visitante e a Raça ainda na arquibancada. Parecia que os torcedores estavam em um aquário, pois eram observados e xingados por muitos palmeirenses que estavam nas janelas dos prédios ao redor. Algumas esquinas dali, muita correria. Era claro que algo não estava bem e logo chegaram alguns cinegrafistas. Um deles me advertiu para que ficássemos próximos para evitar que alguém tivesse o equipamento tomado. Eu respondi "tá tranquilo, já falei com o pessoal da torcida". Mas ele entendia do jogo: "eu tô falando da polícia".

Independente e Jovem Fla





*Na próxima semana viajo para fotografar no Rio de Janeiro e o Guga vai para Buenos Aires acompanhar o superclássico Boca x River. Acompanhem!