Choveu o fim de semana inteiro em São Paulo, não fazia o menor sentido ir neste jogo. Não para mim, os palmeirenses tinham a obrigação - mesmo com aqueles jogadores e dirigentes. Eles deviam gritar pela camisa que estaria em campo, nada mais. Aprendi em Buenos Aires que uma das leis dos fanáticos é "en las malas mutcho más", apoiar mais ainda nos piores momentos. É um ensinamento quase religioso, um sacrifício... Se não foi por isso, o torcedor que foi ao Canindé deve sofrer da mesma doença que eu: vício por futebol. Chovia, tinha certeza de que não teria muita gente nem muita festa e ainda sabia que dificilmente teria fotos boas, mas eu precisava ir. De qualquer forma, que outra coisa faria num domingo a tarde?
Os jogos do Palmeiras tem parecido filme. Não é suspense porque no fundo todos já sabem o que vai acontecer. Pra tristeza do torcedor, o gênero é terror. Outra pessoa fala sobre isso com mais propriedade, o amigo Barneschi do excelente forzapalestra. Aqui trato apenas das torcidas, então vamos la. A Mancha Verde continua INJUSTAMENTE punida. Mas isso significa apenas a proibição de faixa, bateria e camisetas no estado de São Paulo. Fora isso, a sede e as demais atividades da torcida funcionam normalmente. Ou seja, a punição serviu apenas para alguns engravatados mostrarem poder e alegarem estar fazendo algo pela 'segurança' no futebol. Na prática nada mudou, só a festa que está acabando. Se alguem ama o futebol a ponto de ir num jogo destes num domingo chuvoso, meus pesames... não são as torcidas que vão acabar e sim o nosso glorioso esporte.
Parabéns aos cariocas que trocaram a cidade maravilhosa para festejar na nossa bela paisagem paulistana.
