SÃO PAULO x CORINTHIANS
Fazia tempo que eu nao ia ao Morumbi. Nada contra o time ou a torcida, mas o estádio não me agrada. É longe, difícil pra chegar, com milhares de setores e frescuras, por dentro parece um labirinto e o pior: a torcida fica muito longe das quatro linhas. Deixado isso de lado, fui para o jogo com a Estopim, torcida com sede em Diadema. Detalhe, de transporte público é mais fácil sair de São Paulo até Diadema do que ir até o Morumbi. Na sexta a tarde o presidente Bambu me ligou fazendo o convite. Da última vez que tinha ido até lá o lugar ainda estava em reforma e os integrantes trabalhavam num morro interminavel de terra, que agora é uma bela quadra. Fora isso, fiquei bem surpreso com toda a estrutura de bar, salas e tudo mais. Não é a toa que a Estopim tem crescido bastante.
Hora de ir para o jogo. Após algumas palavras do presidente, os torcedores tratam de carregar o bandeirão e os instrumentos. Três onibus e uma van nos aguardam na rua de tras da sede, onde também estão os policiais da escolta. O comandante não se agrada com a van, que é mandada embora. Assim, mais gente tem que se espremer nos coletivos, que vão todos bem lotados para São Paulo. "Levanta pro fotógrafo sentar". Por 'sorte' consigo um bom lugar na janela, ao lado de um torcedor da Zona Norte, região bem distante do ABC paulista. Estamos no famoso onibus 77, onde vai a diretoria da torcida.
No caminho, um onibus e uma van da Coringão Chopp se juntam ao comboio. Já próximos do estádio, somos parados para esperar as outras organizadas do Corinthians. O tempo passa e continuamos parados no nada, debaixo de sol forte. A menos de meia hora para começar a partida, ainda estamos esperando e resolvo ligar para amigos de outras torcidas. Primeiro um parceiro da Camisa12: "não sei onde ele está, saiu de casa às 9 da manhã e deixou o rádio". Então ligo para um grande amigo diretor da Gaviões: "Estamos em dez ônibus, mas andando a vinte por hora na marginal...". Logo em seguida o celular toca e sou avisado de que a 12 ainda estava na altura da ponte Cidade Universitária. Conclusão, ninguem vai ver o começo do jogo. Pra nossa sorte, a escolta desiste de esperar o restante dos onibus e segue para o estádio, onde chegamos com a bola já rolando.
É importante lembrar que não se trata apenas de chegar no estádio e entrar. Tem que descarregar os materiais, mostrar tudo para a polícia, abrir os bandeirões, revistar os instrumentos.. processo que tira ainda mais tempo de partida das torcidas. Neste jogo a Gaviões, que estava organizada e pronta para chegar a tempo, só acabou entrando no Morumbi quase no final do primeiro período. Será assim também na Copa do Mundo?
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