A chegada da banda...
Antes da banda chegar, a área destinada à barra já estava cheia. Contudo, todos respeitavam um espaço bem ao meio dos tirantes. Era claro que aquele lugar já estava "reservado", assim como as grades (lá chamadas de paravalanchas) em que subiriam os "hinchas".
Antes do jogo começar, todo o estádio aplaudio e festejou a entrada da banda, que logo já estava em ação...
Mesmo longe da capacidade total de público, o famoso Cilindro de Avellaneda transbordava pressão quando todos os setores do estádio cantavam juntos.
Neste jogo, uma das grandes diferenças que notei em relação às torcidas brasileiras é que lá o torcedor tem muito mais liberdade na arquibancada. Todos podem levar seus trapos, bandeiras e faixas sem nenhuma burocracia ou frescura. O torcedor também pode assistir ao jogo sentado, em cima da mureta, agarrado na grade ou equilibrado na "paralavancha" sem se preocupar em ser incomodado pela polícia, que não é tão numerosa nas arquibancadas.
Nos estádios argentinos também é muito comum os torcedores levarem faixas e trapos com mensagens de apoio e principalmente com o nome do bairro em que vivem.
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Los Cuervos
La Gloriosa Barra de La Plaza Butteler
Neste jogo, meu último nesta viagem, pude presenciar algo sensacional. Entrei faltando dez minutos para começar a partida e os visitantes já estavam à todo vapor. A barra do Ciclón já estava posicionada, cantando e pulando realmente sem parar. Isso continuou durante todo o jogo e teve ainda mais força no intervalo, quando os locais deram uma "descansada". Mesmo sem bola rolando, os torcedores do San Lorenzo desceram um bandeirão e continuaram cantando muito. Sem perder o fôlego, faziam tanto barulho que eram como locais no Cilindro. Impressionante é que isso continuou durante todo o tempo.
Até no momento em que estava saindo do estádio, olhei para trás e vi a mesma cena de quando a partida nem tinha começado ainda: uma massa barulhenta e enlouquecida de "Cuervos", que mostrou mais raça e vontade do que qualquer jogador ali.
*Nas minhas duas passagens pelo Cilindro de Avellaneda fui muito bem recebido por Pablo, do Departamento del Hincha do Racing. Muchas gracias, hermano!