PEÑAROL x TUCUAREMBÓ



Estive no Uruguai mas não pude acompanhar este jogo. Como não estava viajando sozinho, o Gui fez as fotos e  Mau escreveu o texto.



Descemos do ônibus e caminhamos por quase 10 minutos até chegar ao Estádio do Centenário. Somos ratos de estádio. Acostumados ao frio na barriga ao assistir jogos fora de casa, ou mesmo ao desconforto inicial quando vamos ver um jogo que não envolve o nosso time. Mas aquilo foi diferente de tudo que já tinha presenciado.

Estava há alguns metros de preencher minha imaginação com uma cena real. Por alguns momentos lembrei de quando ainda era criança e o Peñarol era tudo o que eu queria ver no futebol. Um time forte, valente e encrenqueiro. Apoiado por sua torcida ainda mais fanática.



Acompanhado da Mari e de "El Pibe" Gui, vi a chuva cair no chão ainda quente, enquanto dava meus primeiros passos no estádio ainda vazio. O Peñarol jogava contra o Tucuarembó fora de casa, mas em busca de renda, o time do interior preferiu vender o mando de jogo e por isso o jogo foi no místico Estádio Centenário, que tem atualmente capacidade para quase 80 mil pessoas. Aos poucos a chuva parou e os "hinchas" começaram a chegar. E com ela, seus "trapos", e seus instrumentos. E sua alegria.



A torcida se divide praticamente em dois setores, a geral, onde ficam os "barra bravas" e a olímpica, onde ficam os demais torcedores.

Não vi nenhum tipo de violência que a polícia fora do estádio tanto me alertou. Talvez por ser um jogo de praticamente uma só torcida, talvez pela campanha espetacular que o Peñarol vem fazendo (aquele dia conquistou a 5a vitória  consecutiva e já nesse fim de semana venceu a 6a partida).

Mas ao contrário, vi muitas famílias e a Mari lembrou bem, uma proporção entre homens e mulheres, bem diferente da que estamos acostumados no Brasil. De vovós a pequenas crianças, todas devidamente uniformizadas e emocionadas  elos "Carboñeros".

Fiquei triste de não saber cantar boa parte das músicas, mas me contentei em presenciar um momento mágico: nos  minutos finais de jogo, enquanto a torcida cantava sem parar, o céu ficava roxo, rosa, alaranjado, distorcendo a realidade e aproximando-se ainda mais das minhas lembranças caóticas de um Peñarol que jogava longe demais pra eu poder ver um dia.

Obrigado futebol!